Repórter São Paulo – SP – Brasil

Juiz inocenta homem que passou 48 anos na prisão por assassinato em Oklahoma, nos Estados Unidos, após descoberta de provas cruciais.

Um homem que passou 48 anos na prisão por um assassinato que não cometeu foi finalmente inocentado por um juiz do estado de Oklahoma. Até o momento, essa é a sentença injusta mais longa dos Estados Unidos. Glynn Simmons, 70 anos, foi libertado em julho, depois de um tribunal distrital ter concluído que provas cruciais do seu caso não foram entregues aos advogados de defesa.

Na última segunda-feira (18), um promotor distrital afirmou que não havia evidências suficientes para justificar um novo julgamento. E, em uma ordem expedida na terça (19), a juíza Amy Palumbo declarou Simmons inocente, afirmando que “este tribunal concluiu, por meio de evidências claras e convincentes, que o crime pelo qual Simmons foi condenado, sentenciado e preso não foi cometido por ele”.

Simmons foi condenado em 1974 pelo assassinato de Carolyn Sue Rogers durante um assalto a uma loja de bebidas em um subúrbio de Oklahoma City, capital e cidade mais populosa de Oklahoma. Juntamente com Don Roberts, Simmons foi sentenciado à morte em 1975, mas as punições foram posteriormente reduzidas para prisão perpétua devido às decisões da Suprema Corte dos EUA sobre a pena capital. Simmons sempre manteve a afirmação de inocência, alegando que estava em seu estado natal, Louisiana, no momento do crime.

Após sua libertação, Simmons expressou sua resiliência e tenacidade, afirmando que não deixou ninguém lhe dizer que isso não poderia acontecer, pois realmente aconteceu. Vestido com um suéter cinza, ele sorriu quando o tribunal declarou sua inocência, e após o julgamento, afirmou aos repórteres que estava esperando por aquele momento há “muito, muito tempo”. Ele destacou que o que foi feito não pode ser desfeito, mas que pode haver uma responsabilização.

Simmons e Roberts foram condenados, em parte, devido ao depoimento de um adolescente que levou um tiro na nuca, mas sobreviveu. Esse jovem sugeriu o envolvimento de vários outros homens durante as investigações policiais e, mais tarde, contradisse alguns dos depoimentos. Como resultado, Roberts conseguiu liberdade condicional em 2008, enquanto Simmons passou longos anos injustamente atrás das grades.

Além do tempo perdido, Simmons foi diagnosticado com um câncer de fígado, mas graças a uma campanha online, ele conseguiu arrecadar dinheiro para pagar parte do tratamento. Agora, ele tem direito a até US$ 175 mil (R$ 856 mil) de indenização por ter sido condenado injustamente em Oklahoma.

Essa história de injustiça e luta pela liberdade de Glynn Simmons mostra como o sistema jurídico pode falhar e a importância de buscar a verdade e justiça, mesmo que isso leve décadas. A libertação de Simmons serve como um alerta e um lembrete de que casos como o dele podem acontecer, mas também podem ser corrigidos.

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