Jovens israelenses protestam contra reforma judicial com anúncio de boicote ao alistamento militar.

Um movimento de recusa ao alistamento militar tem ganhado destaque em Israel nos últimos meses. Após um grupo de pilotos da reserva decidir parar de participar de exercícios e missões da Força Aérea em protesto à reforma judicial, agora são os estudantes pré-alistamento que dão um passo semelhante.

Apesar de não serem soldados da ativa, esses estudantes estão se recusando a se alistar por motivos políticos. Isso reflete a politização que tem tomado conta das forças armadas em Israel, que vive atualmente sob o governo mais direitista, ultranacionalista e religioso de sua história.

A recusa dos estudantes pré-alistamento ganhou ainda mais destaque por conta do motivo citado: a ocupação israelense de territórios palestinos. Esse é um passo além dos protestos contra a reforma judicial, que se concentravam na rejeição ao enfraquecimento da Suprema Corte planejado pelo ministro da Justiça Yariv Levin, com apoio do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

Os estudantes se filiam ao Bloco Contra a Ocupação, um grupo de esquerda que defende o fim da presença de Israel na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, áreas em que os palestinos buscam estabelecer um Estado independente. No entanto, essa inclusão da questão palestina não está sendo bem vista por líderes dos protestos contra a reforma judicial, que buscam o apoio da população em geral – tanto progressistas quanto conservadores – na luta contra medidas antidemocráticas.

A inclusão da questão palestina pode enfraquecer os protestos contra a reforma judicial, já que cerca de dois terços dos israelenses, de acordo com pesquisas de opinião, se opõem a uma reforma judicial sem um amplo consenso nacional. O conflito com os palestinos é um tema extremamente complicado e divisível, o que pode prejudicar a força dos protestos.

O exército israelense também está preocupado com o impacto a longo prazo dessas atitudes negativas em relação ao serviço militar. A recusa ao alistamento e o questionamento da ocupação de territórios palestinos podem gerar um enfraquecimento da instituição militar e afetar sua eficiência no futuro.

Portanto, o movimento de recusa ao alistamento militar por parte dos estudantes pré-alistamento em Israel reflete a politização que tomou conta das forças armadas e traz à tona a questão da ocupação israelense de territórios palestinos. Essa inclusão da questão palestina nos protestos contra a reforma judicial, porém, pode gerar uma divisão entre os manifestantes e prejudicar a força do movimento. O exército israelense está atento a essas atitudes e preocupado com os possíveis impactos a longo prazo.

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