Jornalista espanhol é expulso da Rússia após cobrir manifestações de mulheres de militares descontentes com a guerra na Ucrânia.

O jornalista Xavier Colás foi recentemente alvo de intimidação por parte da polícia russa, que o advertiu para que parasse de cobrir as manifestações de mulheres de militares russos descontentes com a guerra na Ucrânia. De acordo com Colás, algumas dessas mulheres não expressam publicamente sua oposição, mas o regime prefere ir atrás dos jornalistas para evitar controvérsias.

Em uma palestra realizada na Espanha no dia 28 de fevereiro, Colás apresentou seu livro intitulado ‘Putinistão: um país incrível nas mãos de um presidente alucinado’, no qual aborda diversos aspectos da política russa nos últimos anos. O jornalista explica sobre o mal-entendido acerca da liberdade nos primeiros anos da Rússia, o retorno de Putin ao Kremlin, a virada ultraconservadora, bem como as motivações por trás de sua perseguição a inimigos internos e externos.

Em entrevistas concedidas à imprensa espanhola, Colás comentou sobre a figura de Putin como uma suposta fonte de estabilidade para os russos, ressaltando que, com o tempo, os cidadãos russos passaram a perceber a falta de estabilidade sob o governo de Putin. Ele destacou a incerteza em relação ao futuro do país após a eventual saída do presidente do poder.

A expulsão de Colás resulta em uma perda tanto para a RFI quanto para diversos veículos de imprensa com os quais ele colaborava, privando esses meios do trabalho de um profissional de alto rigor jornalístico. Colás fornecia informações valiosas sobre o contexto político, econômico e social na Rússia, especialmente em um período delicado após o início da invasão russa na Ucrânia em fevereiro de 2022. Sua abordagem crítica e investigativa era essencial para trazer luz a eventos e questões importantes no cenário internacional.

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