O julgamento está sendo mantido em segredo e deve durar até três meses, com a próxima audiência marcada para 13 de agosto. Jornalistas tiveram a oportunidade de fotografar Gerchkovitch, que acenou de dentro de uma cela de vidro, porém não foram autorizados a acompanhar a sessão. Tanto a defesa quanto a promotoria afirmaram ter reiterado suas versões sobre o caso.
Segundo o promotor Mikael Ozdoiev, o jornalista teria coletado informações secretas sobre uma empresa de defesa para a CIA durante sua viagem aos Urais. No entanto, conhecidos de Gerchkovitch disseram que ele apenas se encontrou com informantes que lhe passaram dados sobre a empresa Uralvagonzavod, o que pode ter sido uma armadilha para incriminá-lo.
O caso de Gerchkovitch é visto como um peão na disputa entre Moscou e Washington, em meio ao contexto da invasão da Ucrânia determinada por Vladimir Putin em 2022. A possibilidade de uma troca de prisioneiros com os EUA ainda é incerta, mas o Kremlin mantém suspense sobre o assunto, sugerindo que qualquer negociação ocorrerá em sigilo.
Com as usuais leis para limitar a liberdade de expressão, o regime russo tem reprimido jornalistas e processado aqueles que possam difamar as Forças Armadas. No entanto, o caso de Gerchkovitch é mais delicado, pois o crime de espionagem na Rússia pode resultar em até 20 anos de prisão, além de eventuais agravantes.
O desfecho desse julgamento promete ser um reflexo das tensões políticas entre Estados Unidos e Rússia, e a comunidade internacional aguarda com apreensão as próximas etapas desse caso.