Jogadoras da seleção espanhola feminina negociam dispensa após polêmica com presidente da federação de futebol

As convocações para os próximos compromissos da seleção espanhola feminina estão gerando polêmica entre as jogadoras. Líderes do elenco se reuniram com Victor Francos, chefe da agência estatal de esportes, para negociar a dispensa das atletas que pediram para não serem chamadas.

Das 23 convocadas, 15 fizeram parte do time que venceu a última Copa do Mundo. Todas as jogadoras da lista, com exceção de três, assinaram um comunicado expressando sua insatisfação com as medidas tomadas pela Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) após o beijo forçado do ex-presidente da entidade, Luis Rubiales, na jogadora Jenni Hermoso.

As atletas foram convocadas por Montse Tomé, a nova treinadora da equipe, para a partida contra a Suécia, na sexta-feira, pela Liga das Nações. No entanto, elas já haviam manifestado, na semana passada, que não se sentiam seguras sob a liderança da RFEF.

Jenni Hermoso acusou a federação de tentar dividir e manipular as jogadoras. Segundo ela, houve ameaças de consequências jurídicas e econômicas caso as atletas se recusassem a jogar. A jogadora questionou o motivo de ser preservada e afirmou que essa é mais uma estratégia de divisão e manipulação para intimidá-las.

A recusa de uma convocação pode resultar em multas de até 30 mil euros e a suspensão da licença das jogadoras por até 15 anos, de acordo com a Lei do Esporte da Espanha. Na reunião com Victor Francos, as jogadoras exigiram a liberação por escrito para evitar futuras punições.

A reunião no centro de treinamento se estendeu até altas horas da madrugada, e ainda não havia uma definição sobre a liberação das atletas. Enquanto isso, o elenco convocado se apresentou ao longo do dia sob medo das sanções. Algumas jogadoras foram escoltadas pela polícia no aeroporto de Madri e seguiram para o complexo de treinamento em Valência.

A escolha dessa cidade foi uma forma encontrada pela RFEF para evitar o grande número de jornalistas na capital espanhola. No entanto, o centro de treinamento em Valência não tem luz artificial, o que prejudica a realização de atividades no fim da tarde e à noite.

As jogadoras estão frustradas e expressam sentimentos de insatisfação. Misa Rodríguez, goleira de 24 anos, respondeu enfaticamente que não estava feliz com sua convocação. Alexia Putellas, atacante de 29 anos, afirmou que elas estão se sentindo mal diante da situação.

A seleção espanhola feminina fará sua estreia na Liga Feminina das Nações contra a Suécia, na sexta-feira, e o governo manifestou apoio às jogadoras em sua busca por mudanças na RFEF. No entanto, o governo também deseja que a Espanha se classifique para os Jogos Olímpicos de Paris em 2024.

As jogadoras suecas afirmaram que apoiarão as espanholas caso decidam boicotar o jogo. Resta aguardar as próximas decisões da RFEF e das jogadoras para saber como essa situação será resolvida.

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