Repórter São Paulo – SP – Brasil

Javier Milei, o ultraliberal eleito presidente da Argentina, planeja adotar o dólar como moeda oficial para combater a inflação.

Javier Milei, conhecido por suas ideias ultraliberais, está prestes a assumir a presidência da Argentina em 10 de dezembro. Milei tem defendido a ideia de que a moeda oficial do país seja o dólar americano, e que o país não tenha um banco central, como forma de combater a crônica inflação que afeta a economia argentina.

Essa ideia de dolarização não é exclusiva da Argentina. Vários países latino-americanos já adotaram o dólar, oficialmente ou de fato, como forma de buscar soluções para crises hiperinflacionárias e alcançar estabilidade econômica e financeira que não era proporcionada por suas moedas locais.

O Equador é um exemplo disso. Em março de 2000, o país adotou o dólar como forma de superar uma profunda crise bancária que ameaçava virar uma hiperinflação. Desde a adoção do dólar, o Equador conseguiu alcançar níveis baixos de inflação, incluindo períodos de deflação.

El Salvador também dolarizou sua economia em janeiro de 2001 com a justificativa de tornar o país mais atraente para investimentos estrangeiros e reduzir o risco de desvalorização. No entanto, a dolarização teve efeitos adversos, aumentando o custo de vida no país.

O Panamá, por sua vez, adotou o dólar como moeda oficial há mais tempo, desde 1904, juntamente com o balboa, a moeda local. O país registra níveis de inflação abaixo de 3% ao ano.

Na Venezuela, a dolarização é informal desde 2018, como uma válvula de escape para a profunda crise que o país enfrentava. A desvalorização profunda do bolívar tornou necessários grandes volumes de cédulas para pagar bens e serviços.

Além destes países, vários países da América Latina têm economias “bimonetárias”, onde o dólar é utilizado para a compra de bens e serviços, contratos de aluguel são assinados em dólares e é possível abrir contas bancárias na divisa dos Estados Unidos.

A ideia de dolarização tem gerado debates e controvérsias em diversos países latino-americanos, e a Argentina não seria diferente. A discussão sobre a adoção do dólar como moeda oficial certamente ganhará destaque nos próximos meses, à medida que Javier Milei se prepara para assumir a presidência do país.

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