Javier Milei: do futebol ao ultraliberalismo, o novo presidente da Argentina com polêmicas e propostas radicais para o país.

O ultraliberal Javier Milei, de 53 anos, foi eleito presidente da Argentina e tem uma relação estreita com o futebol. Seu passado como goleiro nas categorias de base de clubes tradicionais do país chamou a atenção, especialmente quando anunciou que deixou de torcer para o Boca Juniors para passar a apoiar o rival River Plate.

Durante sua juventude, Milei treinou nas categorias de base do Chacarita Juniors, clube de Buenos Aires, onde recebeu o apelido de “El Loco” devido à forma como se jogava nas defesas. Apesar de treinar no San Lorenzo em 1986, Milei não chegou a atuar profissionalmente, pois decidiu abandonar o futebol para ingressar no curso de economia na Universidade de Belgrano.

Apesar de sua aposentadoria dos gramados, Milei manteve sua paixão pelo futebol e se tornou sócio do Boca Juniors, embora sua relação com o tradicional clube tenha sido abalada nos últimos anos. Ele criticou publicamente os dirigentes do Boca Juniors em 2013 por considerar populista a contratação do meia Juan Román Riquelme. Além disso, Milei mudou sua torcida para o River Plate na final da Libertadores em 2018, após considerar uma decisão populista a entrada do experiente meia Fernando Gago.

No entanto, Milei é mais conhecido por sua carreira política e sua campanha agressiva, marcada por insultos ao papa Francisco, xingamentos aos adversários e negação da cifra de 30 mil mortos e desaparecidos na ditadura militar. Após a vitória do adversário Sergio Massa no primeiro turno, ele adotou uma postura mais moderada.

Milei, que adotou o slogan “viva la libertad, carajo”, terá como principal desafio resolver a terceira grande crise econômica vivida pela Argentina no período democrático, com uma inflação anual de mais de 140% e alta pobreza. Suas propostas radicais incluem a dolarização e o fechamento do Banco Central, que têm recebido críticas de diferentes lados.

Durante a campanha, Milei também defendeu a instituição de modelos similares às SAFs (Sociedades Anônimas de Futebol) no Brasil para os clubes de futebol argentinos, ideia que gerou críticas por parte da federação e dirigentes locais. Com sua vitória, Milei se prepara para assumir a presidência e enfrentar os desafios políticos e econômicos que afetam a Argentina.

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