Israel x Hamas: Confrontos violentos e rivalidade política intensificam crise na Faixa de Gaza

Israel e o grupo Hamas estão envolvidos em um conflito armado após uma série de ataques do grupo islâmico em território israelense no início de outubro. Os ataques resultaram em mais de 1.300 mortes, e desde então, as forças israelenses têm realizado ataques contínuos à Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, onde vivem mais de 2 milhões de pessoas, causando a morte de mais de 1.900 indivíduos.

A resposta militar de Israel desencadeou uma onda de manifestações em solidariedade aos palestinos, especialmente no Oriente Médio. No entanto, as principais facções políticas palestinas têm estado em conflito há décadas, o que dificulta a conquista de seus objetivos centrais, como a obtenção de um Estado próprio.

A rivalidade entre o Hamas e o Fatah, principal rival político interno do grupo, atingiu um ponto de ruptura em junho de 2007, quando houve confrontos entre os dois grupos na Faixa de Gaza, resultando em muitas mortes e feridos. Esse conflito, conhecido como “a batalha de Gaza”, criou uma divisão profunda entre os rivais, que persiste até hoje.

Antes disso, os palestinos eram governados pela Autoridade Nacional Palestina (ANP), que foi estabelecida nos anos 1990 como um órgão de governo temporário para todos os territórios palestinos. No entanto, o conflito entre o Hamas e o Fatah ocorreu após as eleições para o Conselho Nacional Palestino em 2006. Esses dois grupos eram os principais concorrentes nas eleições, que foram consideradas limpas e democráticas por observadores internacionais.

Apesar disso, a vitória do Hamas foi contestada por Israel e pela União Europeia, que financia a ANP. Isso resultou em sanções econômicas contra a Palestina e Israel proibiu os membros eleitos do Hamas de viajarem entre a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, além de realizar incursões militares em Gaza.

Essas ações intensificaram a rivalidade entre o Hamas e o Fatah. O Fatah dissolveu o Conselho Nacional Palestino e assumiu o controle da ANP na Cisjordânia, enquanto o Hamas expulsou violentamente o grupo rival de Gaza e formou seu próprio governo na região, não reconhecido pela maioria dos países.

A guerra civil resultante durou quase um ano e terminou com o Fatah controlando a Cisjordânia e o Hamas controlando a Faixa de Gaza. Israel impôs então um bloqueio à Faixa de Gaza, restringindo a entrada e a saída de pessoas e produtos.

Hoje, a Autoridade Palestina, controlada pelo Fatah, é reconhecida internacionalmente como a autoridade legítima dos palestinos, enquanto o governo do Hamas não é reconhecido pela maioria dos países, exceto por alguns governos islâmicos, como o Irã.

A rivalidade entre o Hamas e o Fatah se originou muito antes, durante a Primeira Intifada em 1987, quando o Hamas surgiu como braço palestino da Irmandade Muçulmana do Egito. O Fatah, por sua vez, é o maior grupo dentro da OLP e foi formado em 1959. Embora os dois grupos se oponham à ocupação israelense, suas visões de como alcançar seus objetivos são muito diferentes.

O Fatah reconhece a existência do Estado de Israel e busca soluções diplomáticas, enquanto o Hamas não reconhece Israel e busca a tomada de controle de todos os territórios palestinos. Essas diferenças fundamentais tornam a reconciliação entre os dois grupos quase impossível.

O conflito entre o Hamas e o Fatah é um dos principais obstáculos para a resolução do conflito israelense-palestino e tem causado devastação e sofrimento para ambos os lados. Enquanto as facções políticas palestinas continuarem em conflito, será difícil alcançar a paz duradoura e a criação de um Estado palestino independente.

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