Repórter São Paulo – SP – Brasil

Irmãos Brazão são presos por suspeita de mandar assassinar Marielle Franco a partir de informações de infiltrado, diz delação.

O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Domingos Brazão, foi preso juntamente com seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão, e o ex-chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa, neste domingo (24). Eles são suspeitos de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, além da tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves em março de 2018.

Segundo a Polícia Federal, Ronnie Lessa, que está preso acusado de ter realizado os disparos que vitimaram a parlamentar, afirmou em sua delação que Domingos Brazão passou a acreditar que Marielle tinha a intenção de prejudicar interesses da milícia após receber informações de um infiltrado colocado no PSOL, partido ao qual a vereadora estava filiada.

O infiltrado, identificado como Laerte Silva de Lima, teria se filiado ao partido a mando de Domingos, cerca de 20 dias após o segundo turno das eleições de 2016. No entanto, a maneira como Laerte se aproximou de Marielle além de sua filiação partidária não foi esclarecida nos documentos obtidos.

Lessa também relatou que a primeira reunião com os irmãos Brazão aconteceu por volta de setembro de 2017, onde foi acertado o assassinato de Marielle. O ex-policial afirmou ter ouvido a motivação para o crime durante este encontro.

As informações recebidas por Domingos Brazão do infiltrado Laerte apontavam que Marielle teria pedido à população para não aderir a novos loteamentos situados em áreas de milícia. No entanto, a PF não descarta a possibilidade de que Laerte tenha exagerado ou mesmo inventado as informações, alegando que o infiltrado poderia ter “enfeitado o pavão”.

Além disso, Lessa afirmou que Laerte monitorava a vereadora e que teria sido através de um terminal telefônico dele que o paradeiro de Marielle no dia de sua morte foi passado aos assassinos.

Em outra frente, o major Ronald, também envolvido com milícia, foi preso na mesma operação que deteve Laerte. Ele foi condenado a 76 anos por homicídio e ocultação de cadáver, permanecendo atualmente sob custódia como suspeito de liderar a milícia da Muzema.

Em relação ao caso, mais detalhes e desdobramentos devem ser revelados à medida que as investigações avançam, trazendo à tona novos elementos e personagens que podem estar envolvidos no crime que chocou o país e provocou reações em defesa da justiça e da democracia.

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