Investimentos europeus no Egito geram polêmica: grupos de direitos humanos questionam ajuda financeira em meio à repressão política de al-Sisi.

A ajuda financeira ao Egito tem gerado controvérsias entre grupos de defesa dos direitos humanos, que questionam o apoio dado ao país governado pelo presidente Abdel Fattah al-Sisi, acusado de reprimir opositores políticos há mais de uma década. Autoridades europeias afirmam que a intenção é auxiliar o Egito a se tornar mais resistente diante de crises, aumentando investimentos e apoiando o setor privado, especialmente após eventos como a guerra na Ucrânia e a pandemia de Covid-19, que expuseram fragilidades econômicas.

Durante a conferência de investimentos UE-Egito, que se estende por dois dias, a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, destacou a importância da estabilidade e prosperidade do Egito para toda a região. Por sua vez, o presidente al-Sisi ressaltou a necessidade de coordenação entre Europa e Egito diante das crises internacionais e regionais.

Os participantes do evento ressaltaram a localização estratégica do Egito entre Europa, Oriente Médio e África, destacando seu potencial para exportar energia limpa e fornecer mão de obra barata e especializada para empresas europeias interessadas em investir em “nearshore”, ou seja, operações próximas a seus mercados domésticos. Metade dos acordos assinados durante a conferência são relacionados ao setor de energia, segundo Ditte Juul Joergensen, diretor-geral do Departamento de Energia da Comissão Europeia.

O evento foi marcado por discursos que ressaltaram a importância da parceria entre Europa e Egito, visando fortalecer a economia do país e estimular investimentos estrangeiros. A incerteza em relação aos direitos humanos no Egito permanece como um ponto sensível, levantando questionamentos sobre os impactos da ajuda financeira concedida. A conferência representa mais um capítulo na relação entre o Egito e a União Europeia, marcada por desafios e oportunidades para ambas as partes.

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