Antes de apresentar os resultados do índice de empresas pagadoras de dividendos da B3, o IDIV, é importante ressaltar dois pontos que observo frequentemente entre os investidores pessoas físicas. Primeiramente, a maioria deles tende a superestimar a rentabilidade de suas carteiras de ações, uma vez que não realizam uma análise precisa dos resultados. Muitas vezes, as pessoas se concentram nos retornos das ações que tiveram sucesso, esquecendo-se dos rendimentos negativos das perdedoras.
Outro ponto relevante é a tendência de se realizar conclusões baseadas em amostras de curto prazo e em investimentos de alto risco e concentração em poucos ativos. Apesar de obter retornos excepcionais em determinados períodos, é crucial considerar o risco associado a uma carteira pouco diversificada, que pode levar a resultados desfavoráveis em momentos de volatilidade no mercado.
Os índices de ações, como o IDIV, constituem uma maneira eficaz de avaliar o desempenho do mercado de forma geral. A análise dos retornos obtidos pelo IDIV nos últimos 10 anos aponta para um rendimento anual de 9,9%. No entanto, é essencial ressaltar que esse ganho considera o reinvestimento dos dividendos, uma prática que nem todos os investidores conseguem realizar de forma disciplinada.
Comparando o desempenho do IDIV com outros índices de referência, como o IMAB-5 (referenciado ao IPCA), observa-se que o último apresentou um rendimento anual de 11% nos últimos 10 anos. Isso evidencia a importância de considerar diferentes opções de investimento, como a renda fixa, que pode oferecer retornos superiores e maior proteção contra a volatilidade do mercado de ações.
Em suma, os números mostram que o investimento em ações pagadoras de dividendos não superou amplamente outras alternativas de investimento, como a renda fixa, nos últimos anos. Essa análise reforça a importância da diversificação e da avaliação criteriosa das estratégias de investimento, visando obter retornos consistentes e alinhados com os objetivos financeiros de cada investidor. Portanto, antes de tomar decisões de investimento, é fundamental considerar a performance histórica dos diferentes tipos de ativos e a adequação de cada um deles ao perfil e aos objetivos do investidor.