Investimento de bilhões de yuans na Indústria de Circuitos Integrados; China acelera desenvolvimento de tecnologia para produção de chips.

A segunda fase do Fundo Nacional de Investimento da Indústria de Circuitos Integrados da China, que teve início em 2019, já investiu mais de 60 bilhões de yuans, o que equivale a cerca de 41 bilhões de reais, em mais de 40 empresas de semicondutores. De acordo com a agência de notícias Reuters, uma terceira fase desse fundo está sendo preparada, com um valor gigantesco de 300 bilhões de yuans, o que totaliza aproximadamente R$ 205 bilhões.

Este aumento nos investimentos representa um salto significativo na indústria de semicondutores na China, mostrando um crescimento expressivo na mão de obra, com o número de engenheiros trabalhando na indústria de microchips passando de 500 mil para 600 mil entre 2019 e 2021.

Além disso, as empresas do setor também aumentaram seus investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento, desembolsando cerca de 100 bilhões de yuans em 2022. Zhou Linwen ressaltou que, apesar de a cifra ser considerada relativamente baixa para o nível de investimentos necessários, o crescimento no setor da China é acelerado.

Já o governo chinês investiu 3 bilhões de yuans em Investimento e Desenvolvimento, e o país experimentou um crescimento desses investimentos a uma taxa superior a 7%. Linwen enfatizou que a China tornou-se o país com o maior número de artigos científicos citados do mundo, destacando o impacto superior à média desses jornais chineses.

Entretanto, a ascensão da indústria de semicondutores chinesa tem sido alvo de pressão por parte das autoridades dos Estados Unidos, que buscam restringir a China. Isso incluiu a ameaça de proibição das vendas de equipamentos de fabricação de chips que possuem tecnologia estadunidense, como as máquinas de litografia usadas na produção de chips avançados.

Devido a essas pressões, a China decidiu investir no desenvolvimento de sua própria tecnologia de litografia, visando independência em relação aos Estados Unidos nesse aspecto crucial para a indústria de semicondutores.

Quanto à questão de Taiwan, discute-se a possibilidade de aceleração do processo de reunificação com a ilha, a fim de garantir o controle da Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC), que é responsável pela produção de cerca de 60% de todos os semicondutores do mundo. No entanto, Zhou Linwen afirma que a questão de Taiwan vai muito além dos semicondutores, sendo, na verdade, uma questão de soberania para a China.

Em paralelo a esses desenvolvimentos, os Estados Unidos vêm aumentando seus investimentos militares, com destaque para a Iniciativa de Dissuasão do Pacífico, que foi lançada em 2021 e prioriza a China como principal desafio. Isso indica uma tendência crescente de tensões militares entre os dois países, o que pode ter implicações para a situação geopolítica global.

Diante desse cenário, a corrida tecnológica e militar entre China e Estados Unidos promete influenciar não apenas a indústria de semicondutores, mas também as relações internacionais em um contexto mais amplo.

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