Na quarta-feira, dia 13, a Justiça americana condenou uma mulher a dois anos e meio de prisão por sua participação na invasão do Congresso. Ela havia expressado anteriormente, em uma rede social, a sua confiança de que a “verdade” viria à tona, provando sua suposta inocência. Também nesse dia, as autoridades condenaram um homem a mais de seis anos de prisão por ter agredido um policial com o mastro de uma bandeira durante a invasão. Nas redes sociais, ele havia declarado suas intenções golpistas.
Esses são apenas dois exemplos de uma série de avanços nas investigações sobre a invasão, que são as mais extensas da história do FBI em relação a crimes federais e contraterrorismo.
As imagens do dia 6 de janeiro estão entre as mais marcantes na memória recente dos Estados Unidos. Os jornais locais noticiam, dia após dia, novas prisões, julgamentos e condenações, reforçando a falácia de que as eleições de 2020 foram fraudadas pelo presidente Joe Biden.
Segundo o Departamento de Justiça dos EUA, cerca de 1.100 pessoas foram detidas e acusadas de crimes relacionados à invasão, como agressão a membros das forças de segurança, invasão de instituições federais e destruição de propriedade do governo. Dentre essas, 632 se declararam culpadas. Até o momento, aproximadamente 600 sentenças foram emitidas, com 366 pessoas condenadas à prisão. Além disso, centenas de pessoas ainda estão sob investigação das autoridades.
A maior pena imposta até agora foi de 22 anos de prisão para Enrique Tarrio, um dos líderes do grupo extremista de direita Proud Boys, que esteve envolvido na invasão. Tarrio é considerado um dos mentores da conspiração e da insurreição.
O objetivo por trás dessas condenações é enviar uma mensagem clara sobre a reação do poder público em casos futuros de revoltas contra eleições legítimas. Essa mensagem é particularmente relevante no atual contexto, onde o ex-presidente Donald Trump continua a lançar dúvidas sobre o pleito presidencial do próximo ano, insistindo que as eleições de 2020 foram fraudadas.
Durante a invasão, mais de 140 policiais foram agredidos e pelo menos cinco pessoas morreram. Estima-se que o prejuízo causado pelos revoltosos tenha sido de mais de R$ 13 milhões.
Enquanto isso, historiadores estão trabalhando para preservar a memória desse evento radical. O Museu Nacional de História Americana está coletando artefatos relacionados à invasão, como pôsteres, bandeiras, equipamentos policiais e fotografias. Essa iniciativa lembra a campanha realizada por museus nos primeiros meses da pandemia da Covid-19, quando objetos relacionados à crise foram reunidos para contar a história daquele período.