Com as mudanças na legislação e o aumento das operações de órgãos de controle, o ouro ilegal pode estar seguindo um caminho inverso. Em novembro do ano passado, a Polícia Federal desmantelou um esquema de transporte de ouro ilegal não lavado para a Venezuela. Apesar do alívio temporário do embargo ao comércio de ouro venezuelano pelos Estados Unidos, as restrições foram novamente aplicadas em janeiro deste ano devido a suspeitas de perseguição a opositores políticos por parte do governo Maduro.
O perito criminal da Polícia Federal em Santarém (PA), Gustavo Geiser, destacou que a nota fiscal eletrônica e o fim da presunção da boa fé tornaram a lavagem de ouro significativamente mais difícil. Assim, o comércio desse ouro ilegal passou a tentar vendê-lo sem nenhum documento, resultando em diversas apreensões. Além disso, o procurador do MPF, Oliveira, observou um aumento na circulação e exportação de ouro não lavado para ser ‘esquentado’ em países vizinhos ou em centros consumidores com leis mais brandas.
Recentemente, fiscais da Receita Federal identificaram 5 quilos de ouro em pó não declarados, misturados a uma carga de carvão ativado que foi retida no Porto de Santos (SP) sob suspeita de ilegalidade. Além disso, uma colaboração internacional liderada pela organização de jornalismo investigativo Convoca, do Peru, revelará as formas de lavagem de dinheiro em cinco países da América do Sul. Essas revelações expõem a gravidade do comércio ilegal de ouro e a necessidade de medidas rigorosas para coibir essa prática prejudicial.