Investigação interna na faculdade de Direito da USP busca responsáveis por pichações de suásticas nazistas no prédio histórico

A Diretoria da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) está conduzindo uma investigação interna para identificar os responsáveis pelas pichações de suásticas nazistas em diversos locais do prédio no Largo São Francisco, no centro de São Paulo. Segundo o diretor da faculdade, Celso Campilongo, as inscrições foram feitas entre o Natal e o Ano Novo do ano passado e continuaram ocorrendo, inclusive com desenhos em cartazes fixados nas paredes.

A situação ficou ainda mais preocupante, pois duas salas que haviam sido vandalizadas passaram por restaurações recentes, e as mesas pichadas eram novas. Apesar da presença de câmeras de segurança no local, nenhuma delas captou imagens suspeitas dos responsáveis pelas pichações. A suspeita é de que as pessoas envolvidas conhecem o ambiente e sabem como evitar o monitoramento.

A Faculdade de Direito não possui catracas de acesso, o que facilita a entrada do público em geral, além de professores, alunos e funcionários. No período de férias, é comum a presença de visitantes que desejam conhecer o prédio. Campilongo destacou que os elevadores da faculdade são tombados como patrimônio histórico, o que impede intervenções para remoção das suásticas, mas os cartazes são removidos assim que o problema é identificado.

O diretor informou que reportou o caso ao Ministério Público Estadual e à Procuradoria Federal, sem apresentar ainda uma representação formal. Até o momento, a Polícia Civil não foi acionada. Campilongo destacou que, se houver elementos de prova, as medidas necessárias serão tomadas.

As pichações de suásticas são consideradas crime pela legislação brasileira, com pena de reclusão de dois a cinco anos. O diretor também levantou a possibilidade de a motivação dos atos de vandalismo estar relacionada ao conflito entre Israel e Palestina, ocorrido em outubro do ano passado.

Independente da motivação, Campilongo ressaltou que tais atos são inadmissíveis e criminosos, gerando tristeza e repúdio. Ele enfatizou que a violação do ambiente acadêmico, especialmente em uma faculdade de direito, é uma tragédia, e que a instituição está empenhada em investigar e responsabilizar os autores desses atos repugnantes.

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