Organizada por Marcelo Campos, a exposição reúne esculturas, murais e pinturas de Brennand ao lado do trabalho de outros 30 artistas contemporâneos, a maioria deles indígenas ou negros. A proposta é destacar a relação entre as obras de Brennand e elementos presentes nas culturas estudadas pelo artista, como serpentes, ovos, pássaros e sereias.
Além das peças de Brennand, a exposição também apresenta os desenhos de Helcir Almeida, um funcionário da oficina que trabalhou ao lado do escultor por mais de 50 anos. Também em destaque está uma paisagem sonora composta por Tiganá Santana, cuja sonoridade se relaciona com a função original da oficina, que era uma fábrica.
“Invenção dos Reinos” marca a abertura da Oficina Brennand para receber o trabalho de outros artistas, após anos exibindo apenas obras do criador do espaço. O presidente da instituição, Marcos Baptista, destaca a intenção de tornar a oficina um espaço cada vez mais inclusivo e participativo, convidando moradores da mata nos arredores para compartilharem suas tradições e experiências.
A exposição também busca trazer a mata para dentro da oficina, representando um gesto de “reencantamento” do local, que vai além de sua racionalidade. Com isso, “Invenção dos Reinos” não apenas apresenta as obras, mas também busca criar um diálogo entre diferentes culturas e tradições, ampliando a compreensão do universo artístico de Francisco Brennand e sua relação com as influências externas.