Intervenções dos EUA no Haiti: Um histórico de opressão e exploração que perdura até os dias atuais

No ano de 1910, os Estados Unidos deram início a uma série de intervenções no Haiti, utilizando o pretexto do Corolário Roosevelt da Doutrina Monroe. Com o argumento de oferecer “proteção”, o governo do presidente republicano William H. Taft enviou unidades navais e um Corpo de Fuzileiros Navais para apoiar um grupo de banqueiros que, sob coerção, adquiriram o Banco Nacional do Haiti, transformando-o em uma filial de Wall Street.

Posteriormente, em 1915, o presidente democrata Woodrow Wilson seguiu os passos de seu antecessor e ordenou a invasão do Haiti, colocando o governo, exército, alfândegas e finanças sob o controle de Washington. Durante 18 anos, as tropas americanas permaneceram no país, impondo uma Constituição elaborada nos Estados Unidos e cometendo inúmeros abusos contra a população haitiana.

Após um período de instabilidade, François Duvalier assumiu o poder em 1957, governando de forma autoritária e brutal, seguido por seu filho. A tentativa de transição para a democracia em 1988 foi interrompida, levando a um ciclo de governos militares instáveis até a eleição conturbada de Jean-Bertrand Aristide em 1991.

No entanto, em 2004, durante as comemorações do bicentenário da independência, os Estados Unidos organizaram um golpe para derrubar Aristide, mergulhando o Haiti em uma crise ainda mais profunda. A missão de estabilização da ONU, MINUSTAH, foi incapaz de cumprir seu objetivo, resultando em crimes e violações cometidos por tropas de diversos países, incluindo do continente latino-americano.

A tragédia se agravou em 2010, quando um terremoto devastador atingiu o país, deixando milhares de mortos e feridos, além de destruir grande parte da infraestrutura já precária. A resposta internacional, embora tenha trazido alguma ajuda, foi insuficiente e acabou sendo utilizada como pretexto para uma nova intervenção americana.

Atualmente, o povo haitiano enfrenta mais uma crise política, lutando contra o presidente Jovenel Moïse, visto como um fantoche dos Estados Unidos. Em meio a tudo isso, a solidariedade da Venezuela para com o Haiti é destacada, lembrando a importância histórica do país caribenho na luta pela independência na América Latina. A necessidade de apoio solidário e moral para o Haiti prevalece diante da opressão e da instabilidade política imposta por interesses estrangeiros.

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