Repórter São Paulo – SP – Brasil

Intelectuais judeus defendem solução de dois Estados para a questão palestina e criticam extremistas

Um grupo de intelectuais judeus publicou um comunicado nesta sexta-feira (03/11), defendendo a solução de dois Estados para a questão palestina. Os autores do documento demonstraram uma posição firme em relação à guerra de Israel na Faixa de Gaza, que começou no início de outubro. Como defensores do sionismo, o grupo ressaltou a necessidade de Israel mudar sua abordagem em relação à situação.

A nota, divulgada na íntegra pelos Judias e Judeus Sionistas de Esquerda, afirma que sem a criação de um Estado palestino, Israel não poderá viver em paz e segurança. Os autores também alertam para a disseminação do antissemitismo, que pode atingir níveis sem precedentes desde os trágicos eventos do século XX. Segundo o grupo, aqueles que verdadeiramente defendem a existência de Israel devem apoiar a criação de um Estado Palestino.

O texto destaca o terrível sofrimento dos palestinos, especialmente em Gaza, e afirma que é necessário estabelecer um diálogo entre os setores progressistas palestinos e israelenses para alcançar uma convivência pacífica. O grupo ressalta que o Hamas não é um interlocutor viável, assim como o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e seu governo de extrema-direita, que estão impedindo qualquer possibilidade de solução.

Os Judias e Judeus Sionistas de Esquerda enfatizam a urgência de se construir as bases para o diálogo visando a criação de um Estado palestino. Eles argumentam que a democracia israelense corre sérios riscos se essa solução não for alcançada em um futuro próximo. Também criticam a política de colonização na Cisjordânia, que enfraquece a Autoridade Palestina, impedindo-a de ser uma interlocutora nas negociações.

Além disso, o comunicado ressalta a questão do antissemitismo, especialmente no Brasil, onde a esquerda tem demonstrado um ódio crescente contra os judeus. O grupo afirma que essa esquerda antissemita celebra uma espécie de nostalgia em relação ao stalinismo e utiliza a “crítica ao sionismo” como uma forma de vomitar seu antissemitismo. Os autores também criticam a extrema-direita, inclusive a judaica, que impõe uma narrativa vinda do bolsonarismo.

Os Judias e Judeus Sionistas de Esquerda solidarizam-se com o professor Michel Gherman, que tem sido perseguido por representantes dessa esquerda arcaica e anti-humanista. O comunicado enfatiza que a crítica ao governo israelense não deve ser interpretada como um ataque ao Estado de Israel, mas sim como um meio de apontar erros e desestabilizações.

O grupo conclui afirmando que é urgente que Netanyahu deixe o governo o quanto antes e que o Hamas liberte todos os reféns em seu poder. Eles reiteram sua luta contra todos os extremistas de direita, inclusive judeus, o Hamas e os antissemitas. Os Judias e Judeus Sionistas de Esquerda defendem fervorosamente o direito à existência de dois Estados, e rejeitam aqueles que querem a violência e a morte de Israel.

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