Imagine a situação de conferir o saldo da conta bancária no café da manhã e perceber que o salário mínimo de NCz$ 3.674,06 havia sido depositado. No entanto, em um mês, o mesmo valor poderia comprar muito menos, devido ao constante aumento dos preços. O cidadão se via diante de um dilema, tendo que escolher entre consumir imediatamente ou guardar o dinheiro na esperança de que o valor real se mantivesse.
Na época, até mesmo as domésticas eram impactadas por essa realidade. Boa parte delas recorria aos doleiros para comprar dólar no câmbio paralelo, como forma de preservar seu rendimento diante da constante desvalorização da moeda nacional. O controle da inflação se tornou uma das prioridades do governo, levando à implementação de sucessivos planos econômicos para conter essa alta.
A Folha de S.Paulo desempenhou um papel crucial nesse contexto, fornecendo informações atualizadas sobre indicadores econômicos, tabelas de preços no varejo e no campo, com pesquisa própria. A publicação se tornou referência em contratos de diversos setores, devido à agilidade e confiabilidade das informações divulgadas diariamente.
Com a chegada do Plano Real, em 1994, boa parte dessas tabelas perdeu a relevância, em meio a uma relativa estabilidade de preços. A inflação, que antes sufocava o poder de compra das famílias, deu lugar a uma nova perspectiva econômica no país. A história da hiperinflação marcou um período desafiador na vida dos brasileiros, mas também evidenciou a importância da informação e do planejamento financeiro em momentos de crise.