Incêndios florestais no Chile causam ao menos 51 mortes e colocam o país em estado de emergência, segundo presidente.

Uma tragédia de grandes proporções atingiu o Chile nos últimos dias, com incêndios florestais assolando o país e causando a morte de ao menos 51 pessoas, de acordo com informações oficiais até a noite deste sábado (3). O presidente Gabriel Boric decretou estado de emergência diante da situação, que atinge principalmente a região turística de Valparaíso, no centro do país, e áreas do sul do Chile.

Os incêndios já duram desde a sexta-feira (2) e são considerados a tragédia mais mortal enfrentada pelo Chile na última década. Autoridades informam que o número de vítimas pode aumentar enquanto os bombeiros lutam para controlar as chamas. Além das vítimas fatais, entre 3 mil e 6 mil casas foram afetadas, resultando em inúmeros desabrigados.

Relatos de sobreviventes revelam a extensão do desastre, como o de Rosana Avendaño, uma ajudante de cozinha de 63 anos que perdeu tudo durante o incêndio em El Olivar, um bairro da cidade de Viña del Mar. Ela descreveu a situação como “terrível” e afirmou que seu marido e seu animal de estimação também escaparam das chamas.

O presidente Gabriel Boric afirmou que o número de vítimas ainda deve “aumentar” diante da “dimensão” da tragédia, já que são 43 mil hectares de vegetação queimados. A ministra do Interior, Carolina Tohá, salientou que apenas na Villa Independencia morreram 19 pessoas, e que o balanço final de óbitos pode aumentar nas próximas horas.

As altas temperaturas na região central do Chile, que chegam a se aproximar dos 40°C, têm contribuído para a propagação dos incêndios, levando o governo a decretar estado de exceção por catástrofe para disponibilizar recursos para combater as chamas.

As causas dos incêndios ainda estão sob investigação, mas relatórios oficiais apontam que queimadas intencionais e construções em áreas não autorizadas têm contribuído para a propagação do fogo. Além disso, a situação é agravada por uma onda de calor que assola a América do Sul, resultado do El Niño e do aquecimento global provocado pela atividade humana.

A magnitude da tragédia surpreende autoridades e moradores, que têm encontrado dificuldades para fugir das áreas atingidas pelos incêndios. O fechamento de estradas e a visibilidade reduzida devido à fumaça têm complicado a situação, levando a um quadro desolador para os habitantes afetados. A situação é de alerta não apenas para o Chile, mas para toda a América do Sul, que enfrenta um cenário de extremo risco devido ao calor sufocante e à propagação descontrolada dos incêndios.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo