Essa mudança representou um marco na distribuição do orçamento público, retirando do Executivo o poder de veto sobre as emendas parlamentares. O cientista político David Fleischer já havia apontado que a transformação das emendas em impositivas poderia ser uma verdadeira reforma política no Brasil. Com a impositividade, o Executivo perdeu uma ferramenta importante para construir a governabilidade, visto que agora as emendas devem ser obrigatoriamente executadas.
No entanto, mesmo com a impositividade das emendas, há limitações estabelecidas, como o valor total da execução limitado a 1,2% da Receita Líquida Corrente e a destinação de 50% dos recursos para programas do Ministério da Saúde. Ademais, houve uma preocupação em restringir o uso das emendas individuais para evitar competições regionais por votos e possíveis casos de corrupção.
Com a entrada do Judiciário na equação, surgiram as chamadas “emendas pix”, que são verbas repassadas por meio de emendas de transferência especial, gerando debates sobre transparência e controle social desses recursos. Além disso, o aumento do montante e a falta de transparência nas emendas têm sido questionados, com chamados para maior clareza e responsabilidade na utilização dos recursos públicos.
O tema das emendas parlamentares permanece em constante discussão no cenário político brasileiro, com diferentes análises e perspectivas sobre seu impacto na democracia e na governabilidade. É crucial que haja um debate amplo e transparente sobre o uso e a destinação desses recursos, visando sempre o interesse público e a efetiva representação dos cidadãos no processo legislativo.