A classificação da ideologia política e da democracia em termos de esquerda, centro ou direita, democracia ou autocracia, pode limitar a compreensão da diversidade histórica, social e institucional que está presente na realidade política. Portanto, é essencial entender a diversidade institucional para realizar análises mais fidedignas, apoiadas na melhor evidência científica disponível. De acordo com Elinor Ostrom e Robert Dahl, a variedade de variações políticas ao redor do mundo demanda uma abordagem que contemple a complexidade do espectro político.
Associar a esquerda à criminalidade com base em eventos históricos, como revoluções e golpes de Estado, é simplista e não reflete a diversidade de regimes políticos violentos que surgiram tanto da esquerda quanto da direita ao longo da história. Tentativas de associar uma ideologia política específica à criminalidade são anacrônicas, já que a violência e os discursos de ódio estão mais relacionados ao extremismo ideológico do que a uma ideologia política em si.
No contexto atual do Congresso Nacional, observamos relativa paz nas discussões entre as diferentes correntes políticas, evidenciando que a busca pelo poder e a disseminação do debate político não estão necessariamente vinculadas a ideologias criminosas. Todas essas negociações fazem parte do processo político democrático e são fundamentais para a sociedade.
Assim, é importante reconhecer a complexidade e a diversidade da realidade política ao analisar a ideologia política e os regimes políticos, adotando uma abordagem que considere a ampla variedade de experiências ao redor do mundo.
