Repórter São Paulo – SP – Brasil

Identificado terceiro oficial da Expedição Franklin, vítima de canibalismo no Ártico Canadense, em nova descoberta arqueológica

Em 1845, o renomado explorador John Franklin partiu da Inglaterra em busca da Passagem Noroeste, uma rota que ligaria o Atlântico ao Pacífico através do Ártico canadense. No entanto, a expedição liderada por Franklin acabou em tragédia, com os 128 homens a bordo desaparecendo misteriosamente nas gélidas terras do norte. O destino desses homens permaneceu um enigma por décadas, até que recentemente pesquisadores, utilizando técnicas avançadas de correspondência de DNA, conseguiram identificar os restos mortais do capitão James Fitzjames, terceiro oficial de maior patente da expedição.

A descoberta dos restos de Fitzjames é apenas mais um capítulo na história fascinante desta expedição trágica. Os artefatos e restos mortais da expedição estão espalhados pela ilha do Rei Guilherme e pela península de Adelaide, no Canadá, despertando um renovado interesse nos eventos que se desenrolaram no Ártico há quase dois séculos. O arqueólogo Douglas Stenton, da Universidade de Waterloo, que liderou a equipe responsável pela identificação de Fitzjames, destacou a importância dessas descobertas para o entendimento deste capítulo sombrio da história da exploração marítima.

A expedição de Franklin ficou marcada não só pela sua trágica conclusão, mas também pelos relatos de canibalismo entre os sobreviventes. A descoberta dos restos mortais de Fitzjames, que apresentavam sinais de desmembramento pós-morte, reforça a teoria de que o consumo de carne humana foi uma realidade brutal enfrentada pela tripulação nos momentos finais da expedição. Esses eventos sombrios capturaram a imaginação do século 19 e continuam a despertar interesse e debates entre os estudiosos até os dias atuais.

O mistério em torno da expedição Franklin, incluindo as causas exatas de sua ruína, permanece sem uma resposta definitiva. Diversas teorias foram propostas ao longo dos anos, desde a triquinose até o envenenamento por chumbo, mas o que realmente aconteceu com os homens que partiram em busca da Passagem Noroeste continua a intrigar pesquisadores e entusiastas da história.

A história da expedição Franklin foi imortalizada em obras de ficção e adaptações para a televisão, como o romance “O Terror” de Dan Simmons e a minissérie produzida pela AMC. No entanto, a descoberta dos restos mortais de Fitzjames traz à tona a realidade cruel e trágica vivida pelos exploradores há mais de um século. O legado desses homens corajosos e aventureiros perdura até os dias de hoje, relembrando-nos dos perigos e da grandiosidade das explorações marítimas do passado.

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