De acordo com os profissionais ouvidos durante o sexto dia de julgamento, Dominique não apresenta “anomalia mental”, mas sim foi consumido por “fantasias obsessivas” que se aproximam da necrofilia. Ele é acusado de fazer a mulher ingerir ansiolíticos antes dos estupros, que ocorreram ao longo de uma década, de 2011 a 2020.
Exames psiquiátricos realizados durante a investigação revelaram que o acusado possui uma mentalidade manipuladora e perversa. Segundo relatos, durante o dia ele se comportava de maneira coerente, mas à noite sua personalidade se transformava. Testemunhas afirmaram que antes de sua prisão, em 2020, Dominique tinha um bom relacionamento com os netos e era visto como um patriarca confiável pelas pessoas próximas.
Os psicólogos que analisaram o caso descreveram Dominique como um homem raivoso, com características semelhantes às de seu pai, a quem ele odiava. Além disso, foi apontado que suas fantasias obsessivas incluem voyeurismo e uma sexualidade tenaz em relação à sua parceira.
Durante a audiência, Dominique não permaneceu até o final devido a dores intestinais, e advogados do réu anunciaram que irão apresentar queixas por ameaças recebidas nas redes sociais. O primeiro interrogatório do acusado está marcado para acontecer nesta terça-feira (10).
Além de Dominique, outros 50 homens com idades entre 26 e 74 anos são réus no caso. Alguns alegaram não saber que a vítima era dopada pelo marido e acreditavam participar de fantasias sexuais do casal. Enquanto isso, a vítima, Gisèle Pelicot, de 71 anos, declarou que não consentiu com os abusos sofridos. Ela espera que a visibilidade do caso encoraje outras mulheres a denunciar agressores.
O caso veio à tona após a captura de Dominique em um shopping, onde foi flagrado filmando mulheres por baixo de suas saias em 2020. Nas investigações subsequentes, foram encontradas milhares de fotos e vídeos em seus computadores, evidenciando os estupros praticados contra sua esposa inconsciente.