Entre as principais questões levantadas pelo Usigrai, sindicato responsável pela convocação da greve, está a alegação de que a RAI, emissora pública de televisão italiana, estaria sendo utilizada como um “megafone do governo”. Além disso, os grevistas destacaram a “censura” imposta à um discurso do escritor Antonio Scurati, que criticou duramente a líder do partido de extrema-direita, Meloni, antes do Dia da Libertação.
De acordo com Scurati, o partido de Meloni estaria tentando “reescrever a história” ao minimizar os piores excessos do regime fascista, atribuindo-os à colaboração com a Alemanha de Adolf Hitler. Essa postura política adotada pela emissora pública foi duramente criticada pelos jornalistas em greve.
A Federação Nacional de Imprensa da Itália (FNSI) manifestou apoio aos grevistas, ressaltando a importância da liberdade editorial e do respeito à pluralidade de opiniões. No entanto, o sindicato Unirai, composto por jornalistas da RAI, condenou a paralisação, classificando-a como uma ação “política”.
Diante desse cenário de tensão e conflito de interesses, a greve dos jornalistas da RAI continua gerando debates e mobilizando a opinião pública na Itália. Enquanto isso, a direção da emissora não se pronunciou oficialmente sobre as reivindicações dos profissionais em greve, o que aumenta a expectativa em relação aos desdobramentos desse impasse.