Greve de 30 mil trabalhadores da Boeing nos EUA entra no quarto dia enquanto negociações se intensificam para resolver impasse salarial.

Uma greve envolvendo mais de 30 mil trabalhadores da gigante aeroespacial Boeing, nas fábricas localizadas na Costa Oeste dos Estados Unidos, entrou no seu quarto dia nesta segunda-feira (16), com implicações econômicas e trabalhistas significativas. Os negociadores da empresa e do sindicato estão se preparando para uma rodada de negociações sobre o contrato de trabalho marcada para esta terça-feira (17).

A Associação Internacional de Maquinistas e Trabalhadores Aeroespaciais (IAM), que é o maior sindicato da Boeing, votou contra um contrato proposto na semana passada, que previa um aumento salarial de 25% ao longo de quatro anos, mas que eliminava o bônus anual por desempenho. Os líderes sindicais estão agendados para se reunirem com mediadores do governo dos EUA e representantes da Boeing para retomar as negociações trabalhistas.

O principal negociador do sindicato, Jon Holden, afirmou que os trabalhadores estão buscando aumentos salariais e a restauração de uma pensão de benefício definido que foi retirada há uma década em troca da manutenção da produção de aviões no estado de Washington. Mesmo que não se espere que a Boeing concorde em restabelecer a antiga pensão, as exigências dos trabalhadores podem abrir espaço para negociações sobre maiores contribuições previdenciárias e salários mais elevados.

Essa é a oitava greve desde a fundação do braço Boeing do IAM nos anos 1930, com paralisações anteriores em 2008 e 2005 durando 57 e 28 dias, respectivamente. A Reuters conversou com cinco trabalhadores que estão usando essas experiências passadas como referência para seu planejamento financeiro durante a greve, já que não estão recebendo salários. O sindicato está oferecendo um auxílio semanal de US$ 250 para os grevistas.

Agências de classificação de risco como Fitch e Moody’s juntaram-se à S&P Global Ratings para alertar que uma greve prolongada pode resultar em um rebaixamento na recomendação da Boeing, que possui uma dívida aproximada de US$ 60 bilhões. As consequências financeiras e operacionais da greve, tanto para os trabalhadores quanto para a empresa, demonstram a complexidade das negociações e os desafios enfrentados por ambas as partes.

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