Alibel Pizarro, representante da organização CEASPA, enfatizou a gravidade da situação, afirmando que o processo de fechamento da mina está sendo marcado por descumprimentos e omissões por parte do Órgão Executivo. Outro representante das ONGs, Guido Berguido, alertou que se necessário, irão voltar às ruas, em referência às manifestações que resultaram na decisão judicial contra o fechamento da mina.
Além disso, Joana Ábrego da ONG CIAM destacou o risco de colapso na mina, afirmando que existem comunidades inteiras rio abaixo que estão em perigo. Ricardo Wong, da ONG Promar e presidente da filial panamenha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), alertou sobre as previsões de chuvas intensas na região nos próximos meses, colocando em risco ainda maior as comunidades.
Após a paralisação de suas operações, a mina demitiu a grande maioria de seus 7.000 funcionários, restando apenas um pequeno grupo para trabalhos de manutenção. Os caminhos de acesso e o porto onde o cobre era embarcado estão desertos. A produção da mina representava 75% das exportações panamenhas e 5% do PIB do país, mas as ONGs argumentam que os danos ao meio ambiente e a sociedade superam os benefícios econômicos.
Diante desse cenário, a questão da mina de cobre no Panamá se tornou um ponto de conflito entre interesses econômicos e ambientais, com implicações sociais significativas. O impasse permanece e a população aguarda por medidas efetivas que possam atender às demandas das comunidades afetadas e garantir a proteção do meio ambiente, bem como a justiça social.