Governo transitório assume controle do Haiti em meio a crise de violência e instabilidade política

Após mais de um mês da renúncia do então primeiro-ministro Ariel Henry, o governo transitório assumiu o comando do Haiti. Nesta quinta-feira (25), os nove membros do Conselho Presidencial de Transição prestaram juramento no Palácio Nacional, em Porto Príncipe, para serem empossados. O comitê tem a missão de tentar restaurar a ordem em um país abalado pela grave violência entre gangues.

Enquanto aguardamos a nomeação de um novo primeiro-ministro nos próximos dias, o Haiti funcionará com um governo provisório nomeado na última quarta-feira (24), tendo o ministro das finanças de Henry, Michel Patrick Boisvert, como primeiro-ministro interino. Boisvert expressou otimismo, afirmando que este dia abre uma perspectiva para uma solução das crises enfrentadas pelo país.

A incerteza paira sobre a capacidade do Conselho de chegar a um consenso sobre a nomeação de um primeiro-ministro e entregar o poder a um governo eleito até fevereiro de 2026. Além disso, as gangues do país não participaram das negociações de transição e manifestaram descontentamento.

O ex-primeiro-ministro Ariel Henry, que havia prometido renunciar assim que as novas autoridades fossem empossadas, oficializou sua saída do governo. Agradeceu ao povo haitiano pela oportunidade de servir ao país e expressou confiança de que o Haiti renascerá.

O país caribenho vem enfrentando uma grave crise de violência desde o final de fevereiro, com gangues realizando ataques a diversas instituições e locais importantes da capital. A ONU relatou que mais de 1.500 pessoas foram mortas este ano em conflitos entre gangues, incluindo crianças.

A crise humanitária se aprofundou com a violência, levando a um aumento no número de deslocados internos. Cerca de 360 mil haitianos estão deslocados em um país de 11,6 milhões de habitantes. A Organização Internacional para as Migrações também registrou uma grande quantidade de pessoas fugindo da capital em busca de segurança.

A história de instabilidade no Haiti remonta séculos, desde sua independência da França em 1804. O país passou por governos derrubados por revoltas e ditaduras violentas, como a de François “Papa Doc” Duvalier e seu filho Jean-Claude “Baby Doc” até meados dos anos 1980.

A situação atual do Haiti é delicada, com a esperança de que o Conselho Presidencial de Transição possa traçar um caminho para a reconstrução e estabilidade do país. A comunidade internacional acompanha de perto os desdobramentos e torce por um desfecho positivo para o povo haitiano.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo