No entanto, fontes do governo afirmam que não há intenção de prorrogar esse prazo, pois a discussão até o momento tem mostrado pouca possibilidade de conciliação. O problema central está na negociação entre as empresas de aplicativo e os entregadores. As empresas propuseram pagar R$ 17 por hora trabalhada, mas os trabalhadores querem que seja considerada a hora logada no aplicativo.
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, já criticou publicamente as condições impostas pelas empresas aos trabalhadores. Durante uma audiência na Câmara dos Deputados em abril, ele afirmou que é inaceitável que um trabalhador tenha que trabalhar 16 horas por dia no trânsito para conseguir levar alguma coisa para casa e sustentar seus filhos. Ele comparou essa situação ao trabalho escravo devido ao excesso de jornada.
Dessa forma, o governo está se preparando para intervir e arbitrar uma solução para esse impasse caso não haja um acordo entre as partes envolvidas até o prazo estabelecido. O objetivo é garantir melhores condições de trabalho para os profissionais que atuam no setor de aplicativos, especialmente os entregadores, e evitar abusos por parte das empresas.
A regulamentação do trabalho por aplicativo é um tema complexo e que tem gerado muita discussão tanto no Brasil quanto em outros países. É preciso encontrar um equilíbrio entre a flexibilidade proporcionada por esse modelo de trabalho e a garantia de direitos e condições dignas para os trabalhadores. O governo brasileiro está empenhado em buscar uma solução justa e equilibrada para essa questão, levando em consideração os interesses de todos os envolvidos.