A dispensa de vistos para americanos, australianos e canadenses foi implementada durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) em 2019, como um gesto de aproximação com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Essa política visava estimular o turismo internacional desses países no Brasil, no entanto, sempre gerou críticas por não haver reciprocidade para os cidadãos brasileiros.
Aliados do presidente Lula destacaram a necessidade de negociar uma reciprocidade nessa política de isenção de vistos, já que os brasileiros seguem necessitando de visto para visitar esses destinos estrangeiros. A promessa de retomar a obrigatoriedade de visto para americanos tem enfrentado resistência no Congresso Nacional, com o presidente tendo sido obrigado a adiar a implementação dessa medida após editar um decreto nesse sentido.
No final de março, o governo conseguiu retirar de pauta um projeto de decreto legislativo que revertia a decisão de Lula, comprometendo-se a ampliar o prazo da isenção em um novo ato normativo a ser emitido até a semana seguinte. Somente na manhã de terça-feira foi confirmada a edição desse novo decreto, após negociações entre representantes do governo e vice-líderes da base de Lula na Câmara.
O Presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), indicou que a posição do governo não era compartilhada pela maioria dos parlamentares e que, caso houvesse votação, o Executivo seria derrotado. Essa medida também se estendeu à dispensa de vistos para cidadãos japoneses, em um acordo que visa facilitar as viagens de turismo entre o Brasil e o Japão. Este é mais um capítulo das negociações políticas em torno das políticas de isenção de vistos para turistas estrangeiros.