A entrevista recente do comandante da FAB, concedida após a Operação Tempus Veritatis da Polícia Federal, levantou discussões sobre a participação de militares de alto escalão no governo. De acordo com a investigação, um grupo bolsonarista teria tentado dar um golpe para impedir que Lula assumisse a presidência após a eleição de 2022. O antecessor de Damasceno no comando da FAB, Carlos de Almeida Baptista Júnior, teria se recusado a apoiar essa tentativa de golpe, o que teria levado o então ministro da Defesa, Walter Braga Netto, a chamá-lo de “traidor da pátria”.
O comandante atual da FAB defendeu a investigação completa do caso, afirmando que eventuais infrações aos diplomas disciplinares serão punidas. Ele ressaltou a postura profissional e focada da Força Aérea em sua missão. Damasceno assumiu o cargo em 2 de janeiro de 2023, um dia após a posse de Lula.
Em uma entrevista ao Globo, o comandante da FAB mencionou que, ao optar por se candidatar, o militar deve ir para a reserva. Ele enfatizou que a prioridade de cada um deve ser a Força, e que a opção pela política diminui essa prioridade. Essa posição é parte de um debate mais amplo sobre a separação entre militares e política no Brasil.
Esses acontecimentos recentes estão gerando discussões sobre o envolvimento de militares na política brasileira e as possíveis ramificações desse envolvimento. A questão sobre a participação de militares na ativa em cargos políticos é um tema sensível, que levanta debates sobre a separação entre as esferas militar e política no país.