O primeiro revés ocorreu nas relações com Nicolás Maduro, da Venezuela, onde a perseguição a opositores se tornou comum. Embora seja compreensível a necessidade de manter canais diplomáticos abertos, o governo brasileiro pareceu minimizar a brutalidade política estabelecida na Venezuela. A complacência diante do autoritarismo do regime de Maduro levantou questionamentos sobre a postura do governo.
Além disso, um caso inédito e grotesco envolvendo o titular dos Direitos Humanos no governo veio à tona. O ministro foi acusado publicamente de importunar sexualmente a titular da Igualdade Racial, criando um escândalo que expôs a falta de protocolos internos para lidar com tais situações. A demora do presidente em tomar uma atitude diante do ocorrido contribuiu para a desmoralização do governo.
A postura da primeira-dama, que se envolveu na questão antes mesmo de uma decisão oficial do governo, também gerou controvérsias. A conduta do governo diante do assédio sexual expôs um dos flancos do governo, evidenciando conflitos internos e estratégias questionáveis na gestão de temas sensíveis.
A presença de ideologias identitárias em setores das minorias e direitos civis do governo também se mostrou um ponto de conflito. A política identitária adotada pelo governo, baseada na beligerância e confrontos constantes, expõe suas fragilidades e potenciais conflitos internos. O caso do ministro dos Direitos Humanos ilustra as contradições presentes na gestão de políticas identitárias.
O identitarismo, com seu viés punitivo e denunciador, pode se voltar contra seus próprios agentes, como visto no caso do ministro dos Direitos Humanos. A guilhotina moral do identitarismo pode atacar aqueles que falham em seguir os padrões impostos, revelando a fragilidade das estratégias adotadas pelo governo. A necessidade de lidar com conflitos internos e a pressão por manter uma imagem coerente frente a desafios éticos e morais se tornam evidentes diante das crises enfrentadas pelo governo.