Nascimento assume o cargo após a exoneração de Wilson Cesar de Lira Santos, primo de Lira, o que gerou mal-estar no governo. Nascimento é presidente e sócio do Instituto Naturagro, entidade que representa beneficiários do programa nacional de reforma agrária em Alagoas, e já firmou acordo de cooperação técnica com o Incra neste ano.
A saída de Lira Santos foi solicitada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) devido a invasões feitas pelo grupo, o que levou o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT), a agir. A mudança desagradou Lira, que não foi consultado previamente e contribuiu para a crise com o Parlamento. Teixeira afirmou que a situação política no Incra estava insustentável e que era necessário pacificar o campo.
O primo de Lira havia sido indicado ao cargo em 2017, no governo Michel Temer (MDB), e permaneceu no cargo durante o governo de Jair Bolsonaro com o apoio de Lira. Teixeira mostrou ao presidente da Câmara uma carta do MST pedindo a exoneração do superintendente.
O nome de Nascimento foi levado à Casa Civil sem passar pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, e a indicação está em processo de nomeação oficial. Segundo Teixeira, o episódio foi superado com a nova indicação de Lira para o cargo. O ministro ressaltou que é normal haver trocas em instituições e que a autarquia já mudou outros superintendentes por inadequação.
Enquanto o governo se mostrou favorável ao MST, na Câmara houve movimentos contrários por parte de deputados, como a inclusão na pauta de projetos que afetam organizações como o MST. A CCJ da Câmara aprovou um projeto que impede invasores de propriedades de receber benefícios do governo e assumir cargos públicos.
Portanto, a nomeação de Nascimento para a superintendência do Incra em Alagoas representa um novo capítulo na política agrária do país, com repercussões tanto no governo quanto no Congresso. A mudança reflete as tensões e disputas internas entre diferentes interesses e movimentos sociais.
