Governo lança o polêmico programa Nova Indústria Brasil e enfrenta críticas e desconfiança de especialistas e da população.

O novo programa Nova Indústria Brasil (NIB) foi anunciado pelo governo no dia 22, com o objetivo de retomar a industrialização brasileira, que foi interrompida nos anos 80 do século passado. No entanto, o programa recebeu críticas devido à desconfiança em relação ao histórico de políticas intervencionistas de governos anteriores que fracassaram.

Apesar das críticas, algumas medidas adotadas pelo governo, como a taxa de empréstimos para o setor privado ser a de mercado e empréstimos com taxa direcionada voltados para setores que podem produzir externalidades positivas, foram vistas de forma positiva. No entanto, algumas questões ainda não foram esclarecidas, como a integração das universidades e centros de pesquisa nos projetos de inovação tecnológica e a clareza em relação à digitalização proposta pelo programa.

Além disso, a necessidade de mais detalhes sobre a atualização da Lei do Bem, de 2005, e de como as medidas propostas podem atrair indústrias de supercondutores para se instalarem no Brasil também foram levantadas. Por outro lado, aspectos do programa que fogem da política industrial, como a conversão ecológica da economia e investimentos em infraestrutura urbana, foram vistos como boas ideias.

Outra questão levantada foi a coordenação do amplo esforço de integração ministerial previsto no NIB. A economista Mariana Mazzucato sugeriu a centralização do controle na Casa Civil ou no Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial, mas apontou que a disputa por essa coordenação não será pacífica.

Dessa forma, o debate sobre a política industrial e suas complementaridades, assim como o investimento em reformas institucionais e capital humano, é bem-vindo. Contudo, é necessário que o governo esclareça e aprofunde mais as informações sobre o programa para dissipar as dúvidas e críticas existentes.

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