Governo dos EUA reitera oposição a conflito na crise entre Venezuela e Guiana em mensagem direta a Nicolás Maduro

Os Estados Unidos reiteraram seu posicionamento contrário a qualquer conflito militar ou violência na crise entre Venezuela e Guiana. O recado direto ao ditador Nicolás Maduro foi emitido após o anúncio de medidas para a anexação e exploração do território de Essequibo.

Buscando amenizar a crise, os chanceleres da Venezuela e da Guiana conversaram por telefone sobre Essequibo, um território rico em petróleo reivindicado por Caracas. Segundo comunicado do regime venezuelano, as partes concordaram em “manter os canais de comunicação abertos” e expressaram a “necessidade de deter as ações de agravamento da controvérsia”.

A tensão aumentou após o plebiscito organizado pelo regime venezuelano, no qual 96% dos eleitores se manifestaram a favor da criação de uma nova província em Essequibo, além de concederem nacionalidade aos habitantes da região. Esse plebiscito serviu de base para Maduro dar o passo inicial para a exploração do território em disputa, ordenando à petroleira estatal PDVSA que conceda licenças para a “extração imediata” de recursos naturais na região.

As medidas do ditador venezuelano foram encaradas como “uma ameaça direta” pelo líder guianense, Irfaan Ali, que pretende recorrer ao Conselho de Segurança da ONU para denunciar a situação. As Forças Armadas da Guiana estão em “alerta” e em contato com “parceiros” internacionais, incluindo os Estados Unidos.

A discussão sobre Essequibo também passa pela interpretação de um acordo de Genebra assinado em 1966, antes da independência da Guiana, que estabelecia as bases para uma solução negociada e anulava um laudo de 1899 que fixou os limites atuais. Enquanto a Venezuela defende a estabelecimento da fronteira com base no rio Essequibo, a Guiana pede a ratificação desse laudo pela Corte Internacional de Justiça em Haia, cuja jurisdição Caracas não reconhece.

Com a recomendação feita pela CIJ para que a Venezuela se abstenha de “qualquer ação que modifique a situação vigente” e a iminência de novas medidas por parte dos governos de Maduro e Ali, a questão sobre Essequibo permanece como um ponto de tensão geopolítica na América do Sul.

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