Governo da Nicarágua intensifica perseguição à Igreja Católica, fechando organizações e meios de comunicação e investigando por lavagem de dinheiro.

O clima de tensão entre as autoridades nicaraguenses e a Igreja Católica continua a crescer, conforme relatos recentes apontam para uma série de medidas hostis adotadas pelo governo de Daniel Ortega. Desde 2022, pelo menos 1.000 organizações sem fins lucrativos tiveram seu status legal cancelado, sendo que 310 delas estariam ligadas à Igreja Católica, de acordo com um documento divulgado.

Além disso, em um episódio marcante, as autoridades nicaraguenses decretaram o fechamento de 12 meios de comunicação associados à igreja, sendo que 7 deles eram administrados pela Diocese de Matagalpa. Essas ações têm gerado preocupação e críticas internacionais, principalmente por parte de relatores da ONU.

No final de maio de 2023, a Polícia Nacional emitiu um comunicado anunciando uma investigação contra a Igreja Católica por suspeitas de lavagem de dinheiro, o que resultou no congelamento das contas bancárias de três das nove dioceses católicas do país. Essa medida drástica demonstra o agravamento das relações entre o governo e a instituição religiosa.

As tensões atingiram seu ápice quando o presidente Ortega acusou membros da Igreja Católica de incentivarem atos terroristas, chegando a chamá-los de “bispos do demônio” e acusando-os de profanar o Santíssimo Sacramento. Essas acusações têm sido refutadas pela hierarquia católica local, que tem denunciado as ações do governo como uma interferência indevida nos assuntos da igreja.

A expulsão de membros da Igreja Católica e de defensores dos direitos humanos que criticam o governo tornou-se uma prática recorrente, com 42 casos registrados desde agosto de 2022. Recentemente, mais sete religiosos foram expulsos, aprofundando a crise entre o Estado e a igreja. A comunidade internacional segue atenta a esses acontecimentos e pede por diálogo e respeito aos direitos humanos na Nicarágua.

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