Governo argentino enfrenta greve geral e perdas no poder aquisitivo em meio a reformas controversas.

Reforma constitucional prejudica trabalhadores na Argentina

A recente reforma constitucional implementada pelo novo governo liderado por Javier Milei e seu Ministro da Economia, Luis “Toto” Caputo, tem causado uma série de impactos negativos sobre a classe trabalhadora na Argentina. A medida, fortemente apoiada pela elite empresarial, logo gerou uma onda de mobilizações e protestos por parte dos trabalhadores organizados.

A Confederação Geral do Trabalho (CGT) foi uma das primeiras a se manifestar contra a reforma, promovendo assembleias que culminaram em uma Greve Geral realizada em 24 de janeiro. Além disso, a CGT denunciou judicialmente o Capítulo IV do Decreto de Necessidade e Urgência (DNU) proposto pela reforma, o que resultou na Câmara do Trabalho determinando a inconstitucionalidade da reforma trabalhista.

Essa vitória dos trabalhadores organizados representou uma derrota para o governo de Milei, que buscou implementar uma reforma que, segundo a pesquisadora Zubán Córdoba e associados, foi rejeitada por 80% da população. A desvalorização da moeda em 118% e uma inflação acumulada de 50% resultaram em uma perda do poder aquisitivo de 33% em quase dois meses de gestão, causando um impacto significativo nos indicadores de consumo.

A queda nas vendas de produtos de consumo de massa, como alimentos, bebidas e artigos de higiene pessoal, refletiu diretamente no mercado formal e informal, ocasionando uma redução no poder de compra das famílias argentinas. Adicionalmente, o governo tem canalizado recursos para repressão, como evidenciado pelo gasto de 134 milhões de pesos e a mobilização de 4 forças federais para reprimir manifestações pacíficas.

O descontentamento popular foi refletido no aumento da imagem negativa de Milei, bem como da Ministra de Segurança Patricia Bullrich, contrastando com a crescente aprovação da CGT. No entanto, as políticas adotadas pelo governo continuam favorecendo a elite empresarial, enquanto a classe trabalhadora sofre com a queda acentuada de seu poder aquisitivo.

O governo de Javier Milei precisa repensar suas políticas e governar para todo o povo argentino, garantindo a legitimidade de suas ações. A perspectiva de duas Argentinas, uma dividida entre a elite empresarial e a classe trabalhadora, precisa ser superada, pois as políticas atuais só tornam a população trabalhadora mais pobre. Resta ao governo reconhecer a resistência do povo argentino e buscar soluções que atendam às necessidades do país em meio à atual crise.

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