Esses acontecimentos aparentemente isolados têm uma origem em comum: o enfraquecimento do Estado brasileiro ao longo das últimas décadas. Desde a privatização de serviços públicos, o debate sobre o tamanho e a eficácia do Estado tem sido constante. A necessidade de um Estado enxuto, porém eficiente, é urgente, mas a realidade é que o Estado perdeu sua capacidade de atuar de forma robusta.
Diversos casos exemplificam essa fragilidade, como a Enel, alvo de críticas por conta de privatizações mal sucedidas, o laboratório Saleme, envolvido em corrupção e a tentativa questionável de criação de uma fundação ligada ao IBGE. A criação de fundações e organizações sociais tem sido uma estratégia para contornar as limitações do Estado, permitindo contratações e acordos sem a devida fiscalização.
As agências reguladoras, criadas no governo de Fernando Henrique Cardoso, têm sido alvos de críticas por sua captura política e influência de interesses privados. A promessa de Rui Costa de reformar as normas das agências pode ser um passo importante, mas será apenas um paliativo para um problema maior de enfraquecimento e desvirtuamento do Estado.
A resistência dos servidores do IBGE contra a criação da Fundação IBGE+ é um reflexo da preocupação com a proliferação de entidades paralelas e da desestruturação do Estado brasileiro. É crucial que medidas efetivas sejam tomadas para evitar a proliferação de escândalos e a captura dos serviços públicos por interesses alheios ao bem comum.