O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, fez declarações polêmicas em relação à Operação Lava Jato, afirmando que todas as regras dos códigos de contabilidade do setor público foram violadas durante os anos da operação. Segundo Mendes, a 13ª Vara de Justiça teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões e enviado dinheiro para a Polícia Federal, o que configuraria uma quebra grave das normas de contabilidade.
Mendes também criticou a atuação da Justiça em Curitiba durante a Lava Jato, afirmando que “a Justiça falhou muito” e que a coordenação precisaria ter melhorado muito para ser considerada eficaz. Para o ministro, houve uma omissão por parte da Justiça em relação aos abusos cometidos durante a operação.
Outro ponto levantado por Mendes foi a questão das empresas condenadas, que poderiam não ser capazes de pagar as indenizações estabelecidas devido aos valores dos acordos de leniência. O ministro alertou para a possibilidade de muitas empresas não conseguirem arcar com as penalidades em virtude das condições estabelecidas nos acordos.
Além disso, Gilmar Mendes revelou uma polêmica conversa com o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmando que Guedes teria dito que iria convidar Sérgio Moro para ser ministro da Justiça de Bolsonaro, o que posteriormente se concretizou. Durante o diálogo, Mendes teria declarado que tirar Moro de Curitiba seria “a maior contribuição” de Guedes ao Brasil, sugerindo que a saída de Moro da operação teria sido benéfica para o país.
As declarações de Gilmar Mendes geraram controvérsia e acenderam o debate sobre a atuação da Justiça e a condução da Operação Lava Jato. Enquanto alguns apoiam as críticas do ministro, outros contestam suas afirmações e defendem a legitimidade das ações realizadas durante a operação. Independentemente das opiniões divergentes, as declarações de Mendes certamente terão repercussões no cenário político e jurídico do país.