Geólogos decidem: Ainda não estamos oficialmente no Antropoceno, apesar da proposta para inclusão. Afinal, qual será o veredito final?

No início de março, a comunidade geológica foi surpreendida com a notícia de que ainda não entramos oficialmente no Antropoceno. Em uma votação realizada pela Subcomissão de Estratigrafia do Quaternário, membros decidiram que não era o momento adequado para declarar o início de uma nova era geológica.

O termo Antropoceno tem sido discutido há mais de duas décadas, desde que foi proposto por Eugene Stoermer e Paul Crutzen em 2000. A ideia por trás do Antropoceno é reconhecer a ação humana como uma força geológica capaz de modificar o planeta de maneira significativa. Com eventos como a explosão de bombas atômicas e a poluição plástica generalizada, a humanidade estaria moldando a Terra de forma irreversível.

No entanto, a decisão de incluir o Antropoceno na tabela cronoestratigráfica é um processo meticuloso e burocrático. As sugestões de mudança passam por vários níveis de avaliação dentro da comunidade científica, até chegar à aprovação final. No caso do Antropoceno, a proposta começou no Grupo de Trabalho do Antropoceno e foi apresentada à Subcomissão de Estratigrafia do Quaternário, que decidiu barrar a inclusão por enquanto.

Para os defensores do Antropoceno, a presença de radionuclídeos nos sedimentos do Lago Crawford, originados das bombas atômicas da metade do século 20, seria um marco claro do início da nova era geológica. No entanto, outros membros da comunidade geológica argumentam que o ponto de partida do Antropoceno poderia ser mais antigo, como o início da revolução industrial no século 18 ou até mesmo o início da agricultura.

Apesar das discordâncias e da votação polêmica, é incontestável que a humanidade já está vivendo no Antropoceno. A influência das atividades humanas sobre o planeta é evidente e os desafios que enfrentamos exigem uma ação urgente e coordenada. Independentemente do desfecho final sobre a inclusão do Antropoceno na história geológica, a responsabilidade de cuidar do nosso planeta e das futuras gerações é um imperativo que não podemos ignorar.

Dessa forma, a discussão em torno do Antropoceno vai muito além de questões científicas e envolve também implicações políticas e sociais. A preservação do meio ambiente e a garantia da sobrevivência da espécie humana são desafios que exigem a união de esforços de governos, empresas e sociedade civil. O futuro da humanidade está em jogo, e somente com ações concretas e responsáveis poderemos garantir nossa existência no planeta Terra por muitos anos.

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