Segundo a reportagem, o general propunha um esquema em que o Ministério da Justiça, a Advocacia-Geral da União e a Presidência da República atuariam em conjunto para barrar a execução de ordens judiciais que considerassem exorbitantes. O roteiro elaborado por Heleno sugeriu que a PF deveria receber instruções do Ministério da Justiça e a AGU determinaria se as decisões judiciais eram legais ou ilegais. Em seguida, Bolsonaro daria respaldo normativo às novas regras, incluindo a possibilidade de prender delegados que desobedecessem tais diretrizes.
Essas anotações se alinham com um roteiro de tentativa de golpe de Estado encontrado no celular do tenente-coronel Mauro Cid, que em delação premiada afirmou que a ideia era decretar Estado de Sítio para suspender as atividades do Judiciário e do Legislativo. Além disso, durante a busca realizada no apartamento do general Heleno em Brasília, a PF encontrou documentos relacionados a supostas fraudes em urnas eletrônicas e apreendeu dinheiro, relógios e armas.
Ao ser questionada sobre os acontecimentos, a Polícia Federal confirmou a operação e a apreensão dos objetos citados. A investigação revelou que Heleno teria tido conversas com Bolsonaro e outros ministros sobre a necessidade de agir contra instituições antes das eleições, de acordo com relatos obtidos durante a Operação Tempus Veritatis.
Diante dessas revelações, as autoridades competentes devem analisar cuidadosamente o conteúdo das anotações e dos documentos apreendidos, a fim de determinar se houve qualquer tipo de conduta ilegal ou violação à ordem democrática. A sociedade brasileira está atenta aos desdobramentos desses fatos, que podem ter consequências significativas para a estabilidade política do país.