Generais de Israel querem cessar-fogo em Gaza mesmo mantendo o Hamas no poder, gerando divisão com Netanyahu

Os principais generais de Israel estão se posicionando a favor de um cessar-fogo na Faixa de Gaza, mesmo que isso signifique manter o grupo terrorista Hamas no poder por enquanto. Essa divergência de opiniões entre os generais e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu evidencia um impasse dentro do governo israelense em relação à estratégia a ser adotada no conflito em Gaza.

Em entrevistas com autoridades de segurança, os generais expressaram a crença de que um cessar-fogo seria a melhor maneira de libertar os cerca de 120 israelenses ainda em poder do Hamas e de permitir que as forças israelenses se recuperem para possíveis confrontos futuros, como uma guerra terrestre contra o grupo Hezbollah no Líbano. A perspectiva de um acordo com o Hezbollah também é vista como uma possibilidade caso seja estabelecido um cessar-fogo eficaz com o Hamas.

Essa mudança de pensamento dentro do alto escalão militar em relação a um cessar-fogo reflete a insatisfação com a postura de Netanyahu, que se recusou a articular um plano pós-guerra e criou um vácuo de poder em Gaza. Os generais argumentam que uma pausa no conflito poderia possibilitar a desescalada no Líbano e dar tempo para que as forças israelenses se preparem para novos desafios.

Embora não tenha sido explicitado o grau de influência dos militares sobre Netanyahu, é evidente a frustração mútua entre o primeiro-ministro e os generais. Netanyahu, por sua vez, declarou publicamente que a guerra só terminará após a eliminação do Hamas e a libertação de todos os reféns.

A incerteza sobre o apoio do Exército a um cessar-fogo persiste, com declarações evasivas por parte da instituição. Oficiais também alertam para os desafios enfrentados pelos soldados israelenses, como falta de equipamentos, munições e motivação, em meio a um conflito intenso e prolongado em Gaza. A deterioração da situação militar e humanitária na região demanda decisões claras e rápidas por parte do governo israelense.

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