Garimpo devastou 417 hectares em terras indígenas nos primeiros seis meses do ano, aponta Greenpeace em levantamento via satélite.

Uma grande preocupação ambiental foi levantada recentemente pelo Greenpeace Brasil, que identificou, por meio de um levantamento via satélite, que o garimpo devastou aproximadamente 417 hectares de Terras Indígenas Kayapó, Munduruku e Yanomami, o equivalente a cerca de 584 campos de futebol, apenas no primeiro semestre deste ano. Esses dados alarmantes revelam o impacto negativo da atividade ilegal, que continua avançando mesmo com os esforços do governo para combatê-la.

Segundo Jorge Eduardo Dantas, porta-voz da Frente de Povos Indígenas do Greenpeace, a expulsão dos garimpeiros dessas terras é uma demanda urgente dos povos originários, tendo sido parcialmente realizada na Terra Yanomami em 2023, mas ainda pendente nas terras dos kayapó e munduruku. A destruição dos ecossistemas, a desestabilização das populações tradicionais e a ameaça à capacidade de combater a crise climática são consequências graves do garimpo, que exigem a atenção e a ação de todos.

Apesar da redução nos índices de desmatamento dentro desses territórios, o Greenpeace alerta que os garimpeiros têm buscado novas áreas no entorno das regiões já exploradas, dificultando a detecção por imagens de satélite. As Terras Indígenas Kayapó, Yanomami e Munduruku foram as mais afetadas, com uma diminuição no desmatamento em comparação com o ano anterior, mas ainda com sérios impactos ambientais.

Além disso, a organização ressalta a expansão da atividade do garimpo em áreas próximas a outras regiões protegidas, como o Parque Nacional do Pico da Neblina e o Parque Nacional dos Campos Amazônicos, além das Terras Indígenas Apurinã, Sete de Setembro e Zoró, que também estão sob ameaça de novos focos de garimpo.

Diante desse cenário preocupante, é fundamental que medidas efetivas sejam tomadas para proteger esses territórios indígenas e garantir a preservação da Amazônia e de suas populações tradicionais. A atenção e mobilização da sociedade civil são essenciais para combater essa prática ilegal e preservar um patrimônio natural e cultural tão importante para o Brasil e para o mundo.

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