Gabriel Boric afirma que seu governo não promoverá nova constituinte após rejeição de proposta elaborada pela esquerda.

O presidente Gabriel Boric anunciou que seu governo não pretende promover uma nova constituinte durante o seu mandato. A declaração foi feita na sede do governo e representa uma mudança de direção em relação às propostas anteriores de revisão da Constituição do Chile.

Boric afirmou que, após duas propostas constitucionais, nenhuma delas conseguiu representar ou unir o Chile em sua diversidade. Esta decisão é vista como uma tentativa de pacificar o país e unir diferentes setores da sociedade chilena, que se mostraram divididos em relação à ideia de uma nova constituinte.

Em setembro de 2022, 62% dos chilenos reprovaram um projeto de Constituição elaborado por uma Assembleia Constituinte dominada pela esquerda, que propunha um texto com transformações profundas, apoiado pelo governo de Gabriel Boric. Essa rejeição foi um sinal claro de que a população não estava alinhada com as propostas de mudança constitucional.

O processo para mudar a Constituição do Chile começou há quatro anos, em resposta a manifestações por mais igualdade social. Inicialmente, houve uma grande participação popular nesse processo, mas ao longo do tempo, a força do movimento foi diminuindo.

A mudança na Constituição de Pinochet era um objetivo antigo da esquerda chilena, que argumenta que a Constituição atual tem uma origem ilegítima e não oferece proteção suficiente aos direitos sociais, como saúde, habitação, aposentadorias e educação. No entanto, a proposta de uma Constituição ainda mais conservadora levou os partidos de esquerda chilenos a pedirem o voto contrário, em uma tentativa de evitar uma situação ainda pior para o país.

A ex-presidente socialista Michelle Bachelet expressou sua opinião, afirmando que “prefere algo ruim a algo péssimo”. Essa postura reflete a divisão e a complexidade do cenário político chileno em relação à questão constitucional.

Assim, o anúncio de Gabriel Boric de que não pretende promover uma nova constituinte durante seu mandato representa um ponto de inflexão nesse debate e uma tentativa de encontrar um caminho que unifique a sociedade chilena.

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