O G9 é uma aliança inédita formada por organizações indígenas do Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela. A proposta é que não haja grupos de direção, sede ou processos de escolha de dirigentes, sendo que todas as organizações participantes terão o mesmo peso nas decisões tomadas em consenso.
A importância do reconhecimento dos povos tradicionais como principais autoridades morais na conservação dos biomas e proteção da diversidade de espécies e do clima foi reforçada pelos indígenas. Eles defendem que seus conhecimentos tradicionais contribuem para a preservação da biodiversidade e para impedir a destruição da floresta.
No Brasil, a Coiab representará o país no grupo, que é uma das bases da Apib, a maior entidade de representação indígena do país. A Coiab destacou que o G9 prepara um caminho de diálogos sobre soluções climáticas para a COP30, prevista para 2025 em Belém.
Entre as propostas do G9 estão a conservação da biodiversidade, direitos territoriais, financiamento direto, proteção aos povos indígenas em isolamento, formação e liderança indígenas, e a unidade do movimento indígena amazônico. O grupo reforçou seu compromisso em não aceitar projetos predatórios que ameacem suas vidas e territórios, como empreendimentos de petróleo e gás.
O manifesto assinado pela Apib e suas organizações de base destaca a necessidade de ações efetivas diante do colapso iminente da sustentação da vida no planeta, declarando que só haverá paz com a natureza se a guerra contra os combustíveis fósseis e projetos predatórios for declarada abertamente. O G9 surge como uma frente de resistência e defesa dos direitos indígenas e da preservação da Amazônia.