De acordo com levantamento da Abradee (Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica), com base em informações da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), o furto de energia acontece principalmente por meio de ligações clandestinas que desviam eletricidade sem o devido pagamento às concessionárias. Além de ser uma prática ilegal, o furto de energia sobrecarrega as redes elétricas, eleva o valor das contas de luz e pode resultar em curtos-circuitos e incêndios.
No ano passado, o total de energia elétrica furtada no país chegou a 40,78 TWh, um aumento de 20% em relação ao ano anterior. A região Norte foi a mais impactada, com quase metade da energia de baixa tensão fornecida sendo furtada. O estado do Amazonas se destaca como o estado com o maior número de perdas não técnicas, ultrapassando a energia cobrada nas contas de luz em 117,8%.
Já na região Sudeste, o Rio de Janeiro e São Paulo se destacam pelos altos índices de furtos de energia, totalizando 11,27 milhões de MWh e 6,98 milhões de MWh, respectivamente, no ano passado. Entre 2012 e 2022, as perdas não técnicas na região Sudeste representaram quase metade do total do país.
Furtar energia elétrica é considerado crime e pode resultar em pena de um a quatro anos de reclusão, de acordo com o Código Penal. As distribuidoras enfrentam dificuldades para combater o furto de energia em áreas de alta periculosidade, como as controladas por milícias, que são os principais locais de ocorrência desse tipo de crime, como demonstrado por um levantamento da Folha em maio de 2023.
Diante desse cenário preocupante, medidas eficazes e políticas públicas são necessárias para combater o furto de energia e garantir um sistema elétrico seguro e sustentável para todos os brasileiros.