Fotógrafo brasileiro exilado relata momentos terríveis vividos durante o golpe militar no Chile

Em um relato emocionante, um fotógrafo brasileiro exilado no Chile durante a época do golpe militar deu detalhes sobre os momentos terríveis que viveu naquele período. A decisão de contar sua história e relembrar aqueles acontecimentos veio após mais de quatro décadas de silêncio e dor.

O fotógrafo, cujo nome não foi revelado por motivos de segurança, descreveu os eventos como “traumáticos e aterrorizantes”. Ele estava presente no Chile durante o golpe militar no dia 11 de setembro de 1973, liderado pelo general Augusto Pinochet, que resultou na morte do então presidente Salvador Allende.

Durante o golpe, o fotógrafo testemunhou cenas de violência extrema nas ruas da capital chilena. Segundo ele, muitas pessoas foram mortas ou desapareceram, enquanto outras foram perseguidas e torturadas. Ele próprio foi alvo de ameaças e intimidações por parte das forças militares.

“A atmosfera no Chile naquela época era de medo constante”, relatou o fotógrafo. “Eu vivi momentos terríveis, vi coisas que não desejo a ninguém. A repressão era brutal e impiedosa. Nunca esquecerei os rostos das vítimas e a dor que senti ao presenciar tamanha violência.”

Após o golpe, o fotógrafo decidiu deixar o Chile e buscar refúgio em outro país. Ele passou anos no exílio, longe de sua família e de sua terra natal. Durante esse período, continuou documentando os abusos e violações dos direitos humanos cometidos pelo regime militar chileno, na esperança de que o mundo tomasse conhecimento do que estava acontecendo.

“Eu sentia uma responsabilidade imensa de mostrar a verdade e denunciar as atrocidades que estavam ocorrendo”, afirmou ele. “Mesmo à distância, eu não podia me calar. Era minha forma de resistir e lutar pela justiça.”

Atualmente, o fotógrafo vive no Brasil e vê com preocupação a atual situação política tanto no Chile quanto em outros países da América Latina. Ele ressalta a importância de lembrar do passado e de aprender com os erros cometidos, para que os períodos de autoritarismo e violência não se repitam no futuro.

“O golpe militar no Chile foi um marco na história do país e da América Latina, e precisamos manter viva a memória desses acontecimentos”, concluiu o fotógrafo. “Acredito que é através da memória e da informação que podemos evitar que tais atrocidades aconteçam novamente.”

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo