Repórter São Paulo – SP – Brasil

Forças israelenses provocam evacuação forçada de hospital na Faixa de Gaza, alimentando crise humanitária.

A guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas atingiu um novo patamar com a ocupação do maior hospital da Faixa de Gaza, o Al-Shifa, pelas forças israelenses. Após um breve combate entre as forças israelenses e os terroristas, o hospital foi ocupado e agora está sendo evacuado, segundo a direção do local, e pelas forças de Israel. Tel Aviv nega a evacuação forçada, afirmando que apenas está facilitando a saída a pedido da administração do complexo.

Armas, equipamento tático, computadores, documentos e ao menos uma entrada para o sistema de túneis do Hamas foram encontrados no local, segundo os militares israelenses, que divulgaram vídeos e fotos dos achados. Porém, o grupo e a direção do hospital negam o relato, trazendo o debate para o campo pantanoso das verdades de redes sociais.

A situação no Al-Shifa é dramática, sem energia e água. Na sexta, um dos 33 bebês que dependiam de incubadoras morreu, a primeira vítima desde que Israel entrou no local, um ato que desafia a lei internacional.

Ao todo, morreram do lado palestino cerca de 12 mil pessoas, segundo números do Hamas usualmente aceitos pela ONU e ONGs. Neste sábado, Israel anunciou “pausas táticas” em horários determinados para permitir a evacuação de civis do norte para o sul da Faixa de Gaza. Caminhões com combustível do Egito também entraram na região para abastecer estruturas da ONU.

Enquanto o drama se desenrola, as IDF intensificaram seus ataques aéreos ao sul de Gaza, matando segundo autoridades palestinas 32 pessoas neste sábado, em preparação para a próxima fase da guerra.

A Faixa de Gaza foi dividida em dois pelos militares israelenses. A parte ao norte do rio Wadi Gaza é objeto da operação terrestre desde 27 de outubro, enquanto a sul é alvo de bombardeios e, segundo indicou o Exército israelense na sexta, será invadida por terra também.

O objetivo de destruir o Hamas é declarado, mas o futuro da faixa é incerto. O governo dos Emirados Árabes Unidos, que estabeleceu relações intensas com Israel em 2020, disse estar preocupado com a presença de Tel Aviv na região, que, com a Cisjordânia, formaria o Estado palestino previsto nos acordos de Oslo (1993), mas nunca viabilizado.

Os EUA, principais fiadores de Israel, também expressaram preocupação com a situação. Netanyahu nega querer retomar a ocupação de Gaza, deixando em aberto a questão do controle militar da região. A Autoridade Nacional Palestina, órgão legítimo que governa a Cisjordânia, seria naturalmente a opção, mas é um governo desgastado e malvisto pela população local.

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