A professora Kamila Hawthorne, do Royal College de clínicos gerais, expressou sua preocupação em relação ao estresse moral enfrentado pelos médicos diante da dificuldade em ajudar pacientes que necessitam de recursos essenciais. Ela ressaltou que os médicos não têm a capacidade de prescrever dinheiro ou comida, itens fundamentais para muitos deles. A situação foi descrita como desafiadora e preocupante, evidenciando as dificuldades enfrentadas pelos profissionais de saúde.
Sir Michael Marmot, da University College London (UCL), classificou os dados sobre a pobreza e insegurança alimentar como “muito chocantes”, especialmente em um país rico como o Reino Unido, que ocupa a sexta posição como maior economia do mundo. A crescente disparidade entre ricos e pobres tem impactado significativamente a saúde da população, criando um ciclo de desafios e dificuldades.
Os dados de pobreza divulgados pela Câmara dos Comuns em dezembro projetam que, até 2024, 17% da população estará sujeita a uma condição de extrema pobreza, o que representa quase um em cada cinco britânicos. Esse cenário é ainda mais alarmante quando se considera que uma em cada três crianças já vivem na pobreza. Políticos liberais e muitos economistas atribuem essa situação dramática aos cortes significativos de benefícios sociais realizados durante os 13 anos de governo conservador. Por sua vez, o governo atual culpa a pandemia de Covid-19, a guerra na Ucrânia e o consequente aumento da inflação.
Em meio a esse contexto preocupante, a intervenção e o debate público sobre a necessidade de políticas mais eficazes para combater a pobreza e a insegurança alimentar se fazem cada vez mais necessários. A atuação conjunta de diferentes setores da sociedade, incluindo governo, organizações sociais, profissionais de saúde e a população em geral, torna-se fundamental para lidar com essa crise e garantir melhores condições de vida para todos.
