De acordo com os organizadores da Flipei, a programação de 2023 foi prejudicada pela presença da Polícia Militar, acionada pela direção da Flip. Eles alegam que a Flip teve um período elitista e excludente, e que a abertura para casas parceiras era uma tentativa de democratizar o evento.
Em contrapartida, a Flip negou as acusações da Flipei e afirmou ter feito esforços para mediar o conflito entre a programação musical da Flipei e o respeito à comunidade local e à legislação municipal.
Com os desentendimentos, os organizadores da Flipei optaram por mudar a feira para a capital paulista, onde será realizada sem ser uma alternativa à Flip. A programação inclui mesas de debate, música e lançamentos de livros de editoras independentes, abordando temas como a causa palestina, aborto e big techs. Palestrantes renomados marcarão presença, como Mohammed Omer, Rita Segato, Raquel Rolnik, João Pedro Stédile, Erika Hilton, Guilherme Boulos, entre outros.
A presença da escritora trans McKenzie Wark é um dos grandes destaques do evento, com lançamento do livro “Filosofia para Aranhas – Sobre a Baixa Teoria de Kathy Acker”. Wark aborda em seus livros temas como cultura digital, corpo, mutabilidade do gênero e capitalismo. Ela destaca a importância das editoras independentes, que assumem riscos e publicam obras com pontos de vista interessantes.
A autora também menciona a similaridade entre o mercado editorial brasileiro e o americano, com poucas grandes empresas dominando o setor. Ela elogia a realização de um festival específico para editoras independentes e sugere que esta iniciativa seja replicada em outros países, como os Estados Unidos.